quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Oxidação de ácidos graxos


Em todos os tecidos, existem, mesmo que em pequenas quantidades, ácidos graxos livres. Entretanto algumas vezes, são encontrados quantidades substanciais no plasma, em especial durante o jejum. Ácidos graxos livres no plasma (transportados pela albumina sérica) estão circulando a partir da origem (triacilgliceróis do tecido adiposo ou das lipoproteínas da circulação já mencionadas em posts anteriores) para o sítio de consumo (outros tecidos). A oxidação de ácidos graxos livres é uma via metabólica fornecedora de muita energia e pode ser feita por muitos tecidos, especialmente fígado e músculo.  Ácidos graxos esterificados, na forma de triacilgliceróis armazenados nas células adiposas, servem como a principal reserva energética do organismo.

Os átomos de carbono entram no ciclo na forma de grupos acetila derivados dos carboidratos, ácidos graxos e aminoácidos. O grupo acetila , quando ligado a coenzima A são chamados de acetil-CoA, que pode ser oxidado pelo ciclo do oxaloacetato gerando CO2, e este ciclo resulta na conversão de mais energia. Quando há excesso de acetil-CoA origina-se corpos-cetônicos através da β-oxidação. Isso ocorre quando não há oxaloacetato suficiente para reagir com acetil-CoA e que assim poderia entrar no ciclo de Krebs. Estes corpos cetônicos são utilizados pelo tecido nervoso quando há falta de glicose. Neste momento hormônios sinalizam que é necessário produzir energia, e é nesse momento que triglicerídeos são hidrolizados e conduzidos para os tecidos onde os ácidos graxos  podem ser oxidados para a produção de energia.

A liberação de ácidos graxos a partir de triacilglicerois nos adipócitos é controlada por hormônios. Esse hormônio se ligará a receptores na membrana plasmática de um adipócito. Essa ligação hormonal ativa a adenilato-ciclase, que produzirá a proteína quinase A ativa. (a proteína quinase depende de cAMP advindo de ATP). A proteína quinase fosforila a triacilglicerol lipase, que realiza a clivagem de ácidos graxos a partir de glicerol. O principal hormônio responsável por isso é a EPINEFRINA (adrenalina). Com isso os ácidos graxos são liberados dos adipócitos e caem na corrente sanguínea, mas por serem insolúveis, essas moléculas se complexarão as albuminas, que são proteínas solúveis e levarão os ácidos graxos aos tecidos periféricos que necessitam de energia e entrarão no citosol celular. A esterificação ocorre no citosol, mas o restante das reações da oxidação de ácidos graxos ocorrerá na mitocôndria.

É na mitocôndria que se encontram as enzimas necessárias para a β-oxidação dos ácidos graxos.  Para que os ácidos graxos cheguem a mitocôndria celular é necessário se acoplarem a coenzima A e as enzimas responsáveis por essa ação se chamam acil-CoA sintases, presentes na membrana externa mitocondrial, formando o acilCoA. O acilCoA pode atravessar a membrana mitocondrial externa, mas não a interna. Logo no espaço intermembranas, o grupo acila é transferido para a carnitina por transesterificação. Esta reação é catalisada pela enzima carnitina aciltransferase 1 (CPT1). Forma-se a acil-carnitina. E, na face interna, a carnitina acil transferase II (CPT2) doa o grupo acila da acil-carnitina para uma coenzima A da matriz mitocondrial, liberando a carnitina, que voltará para a membrana para capturar mais ácido graxo.




Referências bibliográficas:
Livro: Bioquímica - Volume 1- Bioquímica básica, de Mary K. Campbell e Shawn O. Farrell. 5° Edição norte americana. Capítulo 21 (Metabolismo de lipídeos).

imagem retirada em:


Postado por: Caroline M. Lopes



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